Moro projeto idealizado pelo império estadunidense!

Cabe ao povo se um traidor da pátria pode ser presidente da República do Brasil? Este é o momento para o Brasil se levantar e iniciar um novo avanço, a sociedade precisa questionar este amparo incondicional e, qual é a razão das Organizações Globo e a grande mídia corporativa querem construir uma terceira via com o ex-juiz parcial? A Operação Lava Jato sob o comando do então juiz sob suspeição Sérgio Moro. O que começou como a ‘maior operação contra a corrupção do mundo’, degenerou no ‘maior escândalo judicial do planeta’, na verdade não passou de uma metodologia bem-sucedida dos Estados Unidos e das elites endinheirada para minar a autonomia geopolítica brasileira e acabar com a ameaça representada pelo crescimento de empresas nacional.

A quem interessa a candidatura do Sérgio Moro. Moro atuou quando pôde a favor do interesse nacional? Suas atitudes na Operação Lava Jato foram consequentes? Pensou em empregos? Economia? Desenvolvimento da nação? Quando perdeu relevância fugiu para o EUA. Sergio Moro aprendeu os métodos norte-americanos de defender os interesses norte-americanos fora dos EUA. Enfim, qual é a lógica até então oculta, que os donos da Faria Lima pretendem implementar no Brasil, dos bilionários de Wall Street que a cada dia acumula mais e mais riquezas à base da exploração da classe trabalhadora dos países satélites do grande império.

A propalada empáfia do ex-juiz parcial Sergio Moro de concorrer à presidência da República em 2022, será a candidatura do ódio, do inimigo, do contra o outro. Parece ser inviável porquê não há espaço para duas candidaturas no campo político do ódio. Politicamente o Moro não traz nada de novo, não tem plausibilidade política, sua militância política na Lava Jato o tornou uma persona non grata para grande parte do expecto político. Tal como o eminente escritor francês Roman Rolland (1866-1944) escreveu que “se lançamos luz do sol sobre outras pessoas, devemos primeiro tê-la dentro de nós”. Cada cidadão brasileiro tem esse sol dentro de si, a luz da esperança em mudar essa história desastrosa, o que foi a Operação Lava Jato que a cada dia estamos vendo a roda girar para trás, mas empurrando a roda da história, cada qual com a ferramenta que dispõem neste momento remamos contra a corrente, diante da perseguição, dos expurgos, da marginalização da política, da condenação do ex-presidente Lula em um processo viciado que foi acusado e condenado, que só após 580 dias preso na Polícia Federal de Curitiba, foi corregido pelo STF a aberração da prisão em segunda instância  conforme a Constituição o qual “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

Denúncias e denúncias foram feitas pela mídia internacional e independente, pelos blogs de viés de esquerda. De que a Lava Jato o tempo todo não passava de uma conspiração judicial de natureza política, destinada a desmoralizar a determinados atores políticos, a debilitar a democracia, a golpear as empresas nacionais de infraestrutura e a maior estatal do petróleo “Petrobras” e, principalmente o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até conseguir tirá-lo da disputa presidencial de 2018. Período turbulento pós golpe até os dias atual, as ‘narrativas’ da mídia progressista independente se confirmaram como verdades e como fatos.

A esquerda tem uma enorme força, uma importante incumbência na transformação em que a nação está passando momentos difíceis e turbulentos. Como orgulhos protagonistas de nosso movimento de que é reconduzir o maior líder político desta nação, Luis Inácio Lula da Silva pela terceira vez ao posto de Presidente da República e, junto elegermos uma grande bancada no Congresso Nacional (deputados/senadores). Como protagonistas desse movimento para reconduzir Brasil ao posto condutor da causa da igualdade social, da qual já mais deveria ter mudado de rota, vamos iniciar com coragem mais uma grande batalha contra poderosos que estão destruindo a nação e, criar uma nova era de progresso social e econômica.

A sociedade brasileira de hoje está cheia de ódio ao outro motivada pela embusteira Operação Lava Jato, destruíram uma das mais promissoras e progressistas economias do mundo. A mando de quem? Quem os orientavam? Alguém que está sendo beneficiado com o caos, embusteiros sem nenhum princípio que espalhou a discórdia, o ódio e o ressentimento, não souberam “separar o joio do trigo”, colocaram todos no mesmo pacote. Podemos citar voltando muitas décadas atrás e relembrando o Aristóteles, com sua fala de 300 A.C: “Onde suas autênticas qualidades se encontram com as necessidades do mundo, aí está sua vocação”. Afinal, qual era Propósito? Com certeza não era um propósito com boas intenções; não estavam abraçando uma causa para expurgar a “corrupção”; seus propósitos eram construir um poder paralelo ao “Estado de Direito”, como forma de poder absoluto, como um ideal extremamente poderoso contra todos aqueles que lutam contra o autoritarismo e o totalitarismo, transformando-se num dos principais pilares do regime da República de Curitiba.  

A única maneira é fortalecendo nossa cruzada na narrativa, esclarecendo a população brasileira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva triunfe e corrija o rumo da nação. Esses sicários sejam punidos na forma da lei, esses espertalhões que apossaram da nação, que simulavam o combate a ‘corrupção’ sejam castigados pela destruição de milhões de Reais e, de vidas que foram arrastadas ao caos socioeconômico. Ostentavam a falsa bandeira do combate a corrupção, mas que na realidade estavam construindo um sistema de poder, atraiçoando milhões de pessoas, que acreditavam em suas narrativas e que estavam extirpando o grande mal que assolavam a sociedade.

Espero que as pessoas grandiosas da história, que lutaram e que ainda estão no campo de batalha, que luta por supremos ideais gravem essa dura realidade. José Marti (1853-1895), defensor da independência cubana, declarou: “Para os jornais hostis, um jornal defensor. Para os livros êmulos, livros lídimos. Devemos responder com prudências e prontidão a toda linguagem hostil. Devemos hastear a bandeira da batalha onde quer que o inimigo ataque”. A maior indignação é a hipocrisia destes personagens com suas condutas traidoras, pessoas que fingiam ser os heróis da causa pública e da pátria; mas que na verdade estão apenas preocupados com seus próprios interesses. Sergio Moro, Deltan Dallagnol os arautos da ética da moral, agora vão mostrar a verdadeira face que se ocultavam por traz da cortina empoeirada da ganância por poder no campo da política que os satanizaram por mais de cinco anos, com ajuda da grande mídia corporativa como se fosse apena verdade e sem contestação das suas narrativas, de uma peça teatral fictícia. 

O ex-presidente Lula retorna na arena internacional e nacional do debate político, onde muito situar-se o campo da irracionalidade, da ignorância, da vaidade e, por vezes do ódio, sem deixar alguém sem resposta para que não passe por erudito. Por que o silêncio é a arma do covarde, postando-se equânime e com equidade, de que todas as pessoas são regidas pelas mesmas regras, da condição de igualdade. Expondo para os órgãos de comunicações global, a exposição política e desprestigiada Operação Lava Jato o tentou impor, do porquê o condenaram em processos viciados e a ineficácia do ato ou relação processual, causada pela não observância da lei. O ex-presidente está sabendo usar sua visita ao velho continente europeu para deixar uma imagem de um grande estadista.

Lula foi recebido com honras de chefe de Estado e aplaudido de pé na Europa, deixa claro as deferências entre ele e o ex-juiz parcial, ex-ministro da Justiça do governo do Bolsonaro. Nos últimos dias esteve em quatro países da União Europeia, discursou no Parlamento do bloco e se reuniu com presidente da França, com chefe do governo da Espanha, com o futuro Primeiro Ministro e vencedor da eleição parlamentar da Alemanha. De acordo com Tiago Nery, doutor em ciência política pelo IESP/UERJ e pesquisador do laboratório de Análise Política Mundial – as relações internacionais podem ser, mais uma vez, determinante na eleição presidencial. Ficou destacado o discurso do ex-presidente Lula no Parlamento Europeu em Bruxelas, denunciando a volta da fome no Brasil e o que o Bloco Sul (MERCOSUL), não pode somente ser um exportador de Commodities primárias. Como haverá um enorme trabalho para reconstruir a imagem do País e colocá-lo de volta ao palco dos grandes discursões internacionais.

É preciso, abordar as questões não apenas seletivas e sim, as que mais desperta a atenção, pelos insights que fornece sobre perniciosidades que foram causadas pela Operação Lava Jato e as relações sociais. Desenvolver um pensamento facilitando a compreensão da dinâmica da sociedade e as relações sociais e econômicas da nação sem métodos ideológicos como um todo. Portanto, que fiquem bem claro quantos aos fatos aqui narrados sejam esclarecedores, prático e desafiador. O objetivo, é fornecer fatos que ocorreram e ainda vem ocorrendo. Por conseguinte, nem sempre se comprovem o suficiente, despertem novas reflexões a respeito das questões em evidências? Do porquê as Organizações Globo e em parte da grande mídia corporativa está reconstruindo novamente uma imagem do ex-juiz parcial como principal e inovador político que a nação possa ter como o salvador, o construtor do que ele junto com a grande mídia ajudou a destruir.

Ao fazemos o cruzamento de suas referências nos trazem lembranças amargas de sua parcialidade na condução da Operação Lava Jato sediada em Curitiba destruindo empregos, destruindo empresas, reputações de pessoas, condenando-as sem o devido rito da lei. É exatamente por um “estilo interrogativo”, pelo qual “se aproxima” o ano de 2022, às eleições gerais – governadores/deputados estaduais, presidente da república/senadores/deputados federal. Qual será a importância de uma nação independente e que não seja apenas mais uma colônia do imperialismo estadunidense, ou de qualquer outra para nos escravizar e nos roubar nossas riquezas. Isso parece fazer sentido. Afinal, quando nos brasileiros perguntamos o que queremos construir como modelo de nação para nós e para nossos descendentes. Podemos nos referirmos a uma enorme coleção de fatos, de que maneira podemos finalmente chamar de nossa pátria. Como diz o nosso Hino: “Ó Pátria amada idolatrada salve! salve!  Brasil, um sonho de esperança à terra desce… se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme, quem te adora, a própria morte…” – Só descobrindo essas diferencias, podemos saber o que caracteriza a palavra pátria, ou nos organizarmos em torno de conceitos como poder que denominamos de Estado soberano.    

Os Estados Unidos passaram a investir criando o grupo de experts chamado de Operação Lava Jato, simpáticos e dispostos a seguirem seus modos operantes. Qualquer similitude com a Lava Jato é mera analogia. No primeiro passo passaram a descontruir imagens de pessoas e políticos através da grande mídia corporativa nacional, para que a operação tivesse sucessos e aceitação pela população sem distinção de classes sociais. Passaram a colocar em uma mesma cesta políticos, empresários e até empresas nacionais que ali estavam a corrupção, a destruição da sociedade. Que após várias etapas de chamadas em telejornais de grandes audiências, jornais de grande entrada principalmente na classe média e alta, a maioria da sociedade passou a odiar essas pessoas e a exigir suas condenações.

Passo ganho este grupo de experts de Curitiba, tinha o passaporte livre para incursões e perseguições políticas aos adversários do império em nossas terras. Foi criado o monstro que ficou incontrolável, amplamente influenciado e abastecido com informações secretas pela CIA e outros órgãos de segurança estadunidense. Segundo passo começaram a pressionar o Congresso Nacional por leis mais duras. O então juiz parcial e o procurador responsável pela condução das investigações e acusação da operação, atuavam diretamente juntos à grande mídia, vazavam informações que nem os advogados de defesas das pessoas envolvidas tinham acesso aos altos dos processos, aos políticos simpatizantes da causa lavajatistas solicitando flexibilização de provas em casos de corrupção, só precisava terem convicções.

Sergio Moro projeto idealizado pelo império estadunidense, se lança como o novo queridinho da grande mídia corporativa, a nova bola da vez da terceira via, fazendo soar as trompas e clarins anunciando a sua majestade, a Globo, com o muito provável respaldo financeiro por parte do estadunidense. Apoio de grande parte da classe média e da alta classe burguesa também respalda pela Faria Lima, simpáticos ao ex-juiz sob suspeição. Surge na disputa apoiado por uma parte da sociedade que ojeriza e, ao alto oficialatos das Forças Armada animosa e rancorosa ao Partido dos Trabalhadores e ao ex-presidente Lula, vão trabalhar uniforme contra a corrente que representam os mais necessitados da nação.

Tudo sem sentido no Brasil de hoje, quais são forças subterrâneas que estão se movendo para que ele um ultradireita, um capitão do mato que atua sobre o manto do império estadunidense. No judiciário mostrou toda sua dedicação ao patrão, agora será recompensado por suas práticas sujas para alcançar fins políticos traindo a nação. Foi entrevistado por um Capitão do mato das Organizações Globo Sr. Pedro Bial, elogiou até sua voz e que estava melhorando. Disfarçado de democrata, este senhor esquece que Cuba é um Estado soberano, tal como, sua ilha da fantasia que levou à época passada a tomarem decisões para um regime forte devido as ameaças de invasões pelo Estado Unido, boicotam a nação cubana há mais de seis décadas. Quem tem direito de escolher é o povo cubano o regime mais adequado para se manterem soberanos e terem direito de administrarem. Se este ex-juiz parcial vestissem a toga nos estados Unido, já estava preso e sendo julgado pelos tribunais por traição a Pátria.

Quando era ministro da Justiça e Segurança no governo do Jair Bolsonaro (s/partido), tentou calar o ex-presidente Lula, com base na Lei de Segurança Nacional. Moro enquanto ainda se escondia na toga auxiliavam procuradores e até sugeria alteração de ordem das fases da Operação Lava Jato. O juiz sob suspeição nunca buscou nas provas a verdades dos fatos, com objetividade e fundamentação. O Código de Processo Criminal Civil em vigência é muito claro sobre os limites da atuação do juiz. O Artigo 254 define que o magistrado deve se declarar suspeito de julgar um processo, entre outros motivos, “se tiver aconselhado qualquer das partes”. Moro não só aconselhava como oferecia pessoas para serem ouvidas pelos procuradores, com objetivo de garantir o andamento do processo de acordo com seu propósito.

Moro quando vestia a toga não tinha limites, quando todos seres precisa de leis, de regras, de limites, pois a liberdade absoluta dadas por instâncias superiores do judiciário, a sociedade em grande parte fingia que tudo andavam nos transmite da lei. Outorgo-lhe a liberdade absoluta, deu-lhe espaço para não respeitar e seguir as regras que um juiz tem que seguir. Se achava acima da Lei, não respeitava nada. Invadiu areias que não era de sua atuação, tinha prazer em pisar no inimigo até destruí-lo; só pensava em si mesmo, baseado tão somente em suas visões de mundo. Não aceitava o contraditório, porque se achava contrariado. Interpreta o mundo de maneira própria, de acordo com o que possui dentro de si. Suas ideias são única, válida e absoluta, sem permitir conhecer o outro lado, sem se colocar no lugar de quem não reza a mesma cartilha.

Moro não passa de aparência intolerante, ele vive a sua própria imposição da insuportável visão de só ele é a própria verdade, vive aquilo que não tem coragem de ser. Então, quer destruir, mudar, acusar e julgar quem lhes lembra o tempo todo sua covardia, daí só espira ódio. Juiz sob suspeição tem como lema “precisamos falar em combate a corrupção”. Quando teve a oportunidade para punir o corrupto confesso em caixa 2, ele candidamente disse: ele pediu desculpas. Juiz que levou políticos e empresários à cadeia aceita “desculpas” e mantém impune caixa 2 confesso de Onyx Lorenzoni.

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Matéria do site Brasil de Fato de 09 de novembro de 2018 Juristas criticam parcialidade de Moro ao perdoar crime “mais grave que corrupção” Juiz que levou políticos e empresários à cadeia aceita “desculpas” e mantém impune caixa 2 confesso de Onyx Lorenzoni.

 Moro criou um novo tipo de extinção de punição a quem comete um crime “mais grave do que corrupção” – segundo ele mesmo. “É a extinção de punibilidade se houver pedido de desculpas. Talvez ele possa colocar isso nas tais medidas que está dizendo que vai aprovar contra a corrupção”, afirma o advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

Durante coletiva de imprensa, na terça-feira (6), após aceitar o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do futuro governo de Jair Bolsonaro, o juiz de Curitiba consentiu que um réu confesso permaneça impune caso admita seu erro e peça desculpas. Questionado sobre integrar uma equipe ministerial ao lado de um político assumidamente beneficiado por recursos de caixa 2, caso do deputado federal Onyx Lorenzoni, Moro respondeu: “Ele já admitiu e pediu desculpas”.

Um dos líderes da bancada ruralista e exercendo seu quarto mandato como deputado federal (DEM-RS), Lorenzoni coordena a equipe de transição do novo governo. Ganhou status de ministro extraordinário e será o ministro-chefe da Casa Civil, um dos cargos mais poderosos do primeiro escalão, por coordenar todo o ministério e ter o controle de todos os atos de governo, inclusive nomeações.

Kakay, um crítico da atuação de Moro na condução da Lava Jato, vê no gesto do magistrado dois pesos e duas medidas. “Por muito menos ele condenou pessoas, mandou prender, fez busca e apreensão, conduções coercitivas. E agora despreza a atividade como juiz, porque isso é absolutamente contraditório a toda a postura dele na condução de vários processos com o mesmo mote, que certamente dariam uma investigação vigorosa e rigorosa se ele ainda fosse juiz. E, principalmente, dependendo do investigado.”

Em 2017, durante palestra na Universidade de Harvard, Estados Unidos, Moro deu opinião contundente sobre o crime. “Temos que falar a verdade, caixa 2 nas eleições é trapaça, é um crime contra a democracia. Corrupção em financiamento de campanha é pior que desvio de recursos para o enriquecimento ilícito.”

No momento, não apenas Lorenzoni, mas a própria campanha de Bolsonaro é acusada do crime de caixa 2, com uso ilegal de dinheiro empresarial em sua campanha para compra, também ilegal, de bases de dados de cidadãos para disparo de notícias falsas contra seu adversário por meio de WhatsApp.

“Essa postura traz total descrédito ao juiz, porque demonstra clara parcialidade na forma de ele avaliar situações idênticas”, avalia a professora de Direito Constitucional Adriana Cecilio Marco dos Santos, integrante da Rede Feminista de Juristas, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia e da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica. “Quando se trata de determinado partido ou determinadas pessoas, o caixa 2 é um crime gravíssimo. Quando ele se depara com a mesma situação em relação a uma pessoa próxima a ele, é algo que pode ser compreendido e relevado apenas com um pedido de desculpas”, observa Adriana.

A professora critica ainda a aceitação do cargo de ministro. “Existe todo um contexto envolvido nas ações deles desde o início da operação Lava Jato e essa fala vem a comprovar o que as pessoas aventam há muito tempo em relação à atuação dele muito parcial, mais como acusador do que como juiz, no processo do ex-presidente Lula. Mas falo tudo isso como cidadã. Essa aceitação demonstra com clareza a parcialidade que sempre existiu em sua postura como magistrado.”

Parcialidade não é surpresa

A mudança de postura de Moro, no entanto, não surpreende Kakay. Segundo o criminalista, um dos maiores problemas de haver um juiz que “sempre fez política na verdade”, mas que se escondia sob a capa do Judiciário, de repente se despir dessa capa e assumir o ser político, é passar a cometer essas incongruências em sua nova atividade como ministro. “Nós, que acompanhamos o trabalho dele, sempre soubemos que ele sempre fez política. Mas é lamentável que fique comprovado, em tão pouco tempo, o uso de dois pesos e duas medidas”, critica.

O desembargador Tutmés Airan, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), também afirma não ter se surpreendido. “Moro foi mais uma vez seletivo e, portanto, parcial. Para uns, se trata de um defeito incorrigível e imperdoável, sujeito inclusive a pena de prisão, evidentemente com um procedimento mascarado pelo nome de corrupção. Para outros, convenientemente não. E assim segue Sérgio Moro”, afirma Airan, para quem sua indicação como ministro “coroa” todo um processo.

“Começou com a decisiva contribuição dele ao impeachment da presidenta Dilma, que se deu violando normas e cometendo um crime com a liberação de áudios (captados ilegalmente) de conversas entre os presidentes Lula e Dilma. Depois caminhou pela decisão de condenação e prisão de Lula, contestada por juízes nacionais e internacionais, e tirando o principal candidato à sucessão presidencial do jogo político”, lembra o desembargador.

Segundo Airan, essa movimentação foi decisiva para abrir caminho à vitória de Bolsonaro, com uma “corrosão de valores” muito caros à humanidade e para a deterioração completa do conceito de democracia. “A contribuição dele (Moro) para esse quadro lastimável foi absolutamente importante. Que agora se completa com a sua nomeação como se fosse um prêmio à condição de ministro de Justiça.”

O magistrado acredita ainda que Sérgio Moro, “deve continuar contribuindo lastimavelmente ainda mais com esse projeto”. O Estado brasileiro, observa ele, tende a se transformar num “Estado profundamente policial” no sentido de investigação e perseguição contra as pessoas que ousem divergir. “E ele vai colocar sua inteligência e experiência acumulada na operação Lava Jato a serviço dessa tarefa.”

A opinião é compartilhada pela advogada Maira Calidone Recchia Bayod, do Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia. “Lamentável que um juiz que alcançou fama com discurso de que o crime deve ser combatido em sua integralidade, custasse o que custasse, inclusive com atropelos à ampla defesa e ao devido processo legal, aceite meras desculpas para legitimar o ato de um réu confesso”, diz, admitindo, porém, como os demais colegas, não estranhar a postura do magistrado.

A advogada lembra de exemplo similar vindo do Supremo Tribunal Federal, que contemporizou quando Moro praticou atos entendidos pelo próprio STF como ilegais (o grampo e a divulgação das conversas entre Lula e Dilma). “Moro usou a mesma conduta para se eximir de sua responsabilidade, já que à época, pediu ‘sinceras escusas’.”

O caixa 2 de Lorenzoni

Onyx Lorenzoni admitiu, no ano passado, ter recebido recursos de caixa 2 da JBS para sua campanha em 2014. O parlamentar foi citado na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista como beneficiário de R$ 100 mil repassados pelo grupo. Sua candidatura foi financiada, ainda, pelas duas grandes empresas da indústria armamentista, Taurus e CBC, que poderão ser beneficiadas pelo fim do Estatuto do Desarmamento defendido pelo governo Bolsonaro.

“Final da campanha, reta final, a gente cheio de dívidas com fornecedores, pessoas, eu usei o dinheiro. E a legislação brasileira não permite fazer a internalização desse recurso”, disse Lorenzoni em entrevista a uma rádio gaúcha.

Em junho deste ano, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu arquivamento de inquérito aberto contra o deputado, acusado de receber R$ 175 mil via caixa 2 para sua campanha de 2006, pelo executivo Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, um dos delatores da Odebrecht.

Em artigo publicado no portal Jus Brasil, o jurista Luiz Flavio Gomes, criador do Movimento #QueroUmBrasilÉtico, reitera: caixa 2 é crime. “Não há dúvida que sim. Desde logo, o famoso caixa 2 é uma forma de delito de falsidade ideológica.”

Gomes observa que o artigo 350 do Código Eleitoral, prevê pena de 5 anos de prisão e lembra que no julgamento do mensalão do PT (AP 470) vários ministros do STF recorreram a esse ponto. “Particular ênfase foi dada pela ministra Cármen Lúcia que reiterou que o caixa 2 é crime e bastante deplorável, sobretudo quando praticado por agentes públicos”, diz o jurista. “Recorde-se que o mensalão do PSDB-MG, em virtude dos clássicos vícios da Justiça brasileira, até hoje não foi julgado integralmente”, completa.

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