Após disputa eleitoral será possível construir uma nação em torno de um ideal nacionalista?

A corrida no 2º turno para Presidente do Brasil – Presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) x Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

O assunto que está sendo mais discutido no momento no Brasil e, que se reflete no consciente da população brasileira atualmente, são a disputa pelo Palácio do Planalto, entre o atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como é uma eleição de dois polos antagônicos, de um mais à direita e outro mais à esquerda, mais que no fundo são liberais quanto a política econômica, mais se diferenciam em relação ao campo social e, muito ambíguos no campo da soberania nacional, como nação com um viés nacionalista. Nesse peito eleitoral de 2022, um fato curioso e fenomenal, os liberais não passaram ilesos, tiveram dificuldades em de se reconstruírem como modelo para a população confiarem, em um projeto em que o privado se sobrepõe à um Estado Forte, sobraram os candidatos com capacidade de mobilização direta com o eleitor.

Essa eleição de 2022 tem como pauta o bolsonarismo contra o lulismo. Juntos os dois candidatos ao posto de presidente da República obtiveram 91% dos votos. Suas candidaturas sufocaram o campo político do centro (terceira via). O cenário esse foi muito pior para quem disputava vagas nas Assembleias Legislativas, Câmara dos Deputados e do Senado, onde os não alinhados ao bolsonarismo e ao lulismo ficaram próximos de desaparecer. Quando o assunto é relacionado as redes sociais ambas as partes se atacam mutualmente. Tópicos estes que se ver é um aparte da população de cada lado defendendo ideologicamente seu postulante ao cargo de Presidente da República do Brasil. Pergunta-se, afinal vale apenas essa divisão para nação brasileira, ou simplesmente alguém de fora está patrocinando o combate degradantemente entre essas duas correntes políticas brasileiras, com o intuito de levarem o país há uma ruptura da unidade constitucional, ou mesmo há uma guerra civil na nação, ter um presidente franco que não tenha força para implantar um governo mais voltado ao nacionalismo que aos poucos vem sendo evidenciado.

Como a própria história da formação e construção da nação brasileira, ela só começou a existir como uma unidade nacional a partir de 1808 com a chegada da corte portuguesa. O Brasil não possuía um sentimento de nacionalidade e de patriotismo; e não existia unidade nem em relação as questões territoriais. No território colonial brasileiro existiam vários núcleos coloniais sem unidade política e econômica. Alguns desses núcleos se comunicavam diretamente com a metrópole em Lisboa, sem qualquer comunicação feita com a sede da colônia no Rio de Janeiro. Entretanto, só com a independência da nação brasileira com o desvinculamento da coroa portuguesa, veio a unificação do território brasileiro. Que aos poucos veio surgindo um sentimento muito tímido de identidade nacional, como formação de uma nação e, se consolidou só após a constituição política do Império do Brasil, em 25 de março de 1824, que foi outorgada por D. Pedro I, que passou ter bases organização político-institucional de um país independente politicamente.

Mais, sua consolidação só veio com as revoltas que aconteceram principalmente no período regencial (1831-1840): a Sabinada, a Cabanagem e a Farroupilha, em que prevaleceram sentimentos locais. Os revoltosos não tinham suas reivindicações voltadas para o âmbito nacional, mas, sim, para as próprias províncias, ou seja, para os interesses locais. Além disso, algumas dessas revoltas tinham um caráter separatista, como a revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul, a qual reivindicava a separação do império e a criação de uma república no sul do Brasil. A situação só veio a se consolidar os sentimentos de patriotismo e civismo, a partir de conflitos externos, contra inimigos estrangeiros. O marco se consolidou com a Guerra do Paraguai (1864-1870). A partir da vitória brasileira, começaram a surgir símbolos que marcariam o sentimento de nacionalidade, como a bandeira e o hino nacional.

Outro fator importante foi a construção da imagem do imperador do Brasil, D. Pedro II, como líder da nação brasileira, juntamente com a construção dos heróis nacionais, pois uma unidade nacional só é realizada a partir de uma unificação territorial e, principalmente, a partir da unificação da população, que começou a identificar uma memória e uma história em comum: a bandeira nacional, o hino nacional, os heróis nacionais e a figura do imperador. Alguns outros fatores exerceram papéis fundamentais na construção do sentimento nacionalista brasileiro, como a criação do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB), em 1838. O instituto foi responsável por escrever uma história coesa sobre o Brasil, que unia seus mais diferentes povos em um sentimento de nacionalismo.

Também, no século XIX, a criação da Academia Imperial de Belas Artes contribuiu para a construção da identidade nacional brasileira. Por meio de pinturas, chamadas de pinturas históricas, fatos e acontecimentos históricos fundamentais para a história do Brasil foram reproduzidos, como o grito do Ipiranga, momento em que D. Pedro I havia declarado a Independência do Brasil, que foi transformado em quadro, em 1888, com a autoria de Pedro Américo. A construção da nação brasileira, o sentimento de nacionalidade, de patriotismo, de civismo e a identidade nacional foram forjados por uma elite política imperial. Nesse processo, faltou a participação das camadas populares da sociedade. Esse fato explica a apatia brasileira em relação às questões relacionadas à corrupção política e a ínfima consciência política do povo brasileiro.

A República Federativa do Brasil vivencia e vive uma crise político-jurídica devido às três funções do Estado democrático (Executivo, Legislativo e Judiciário) atuarem em constante dissonância, e nessa diapasão, agitação, consiste por parte dos candidatos e autoridades públicas ao executar, decidir, julgar determinados atos e fatos, elenca-las de forma exemplificativa e debater sobre quais medidas são possíveis para cessar essa separação da população brasileira em currais eleitorais, para proveitos aos seus ideais políticos. Por esse motivo os métodos adotados na elaboração dessas duas correntes políticas que se encontram em evidencias muito forte atualmente no seio da população.

Por fim, buscarem a desenvolverem políticas que possam unir a nação em torno de projeto de governos para todos. Avaliar a tomada de certas decisões, considerando seus limites e atribuições, que visem a contribuir para o fortalecimento do Estado Democrático de Direito, dos princípios constitucionais, de modo a evitar que este país caminhe novamente para uma ruptura constitucional. A nação não sobrevirá a seguidas rupturas constitucionais. Que na democracia pressupõe tolerância com os diferentes pensamentos e ideologias contrárias, além de respeitar a liberdade daqueles que pensa diferente, mais, com respeito e submissão à nossa Constituição, nos limites do Contrato Social da nação, a qual se deve respeitar mecanismo capaz de desempenhar e sobreviver harmonicamente com o diferente.

A conjuntura política que vive a nação brasileira parece caminhar em solavanco, como se estivéssemos em teste para ver até quando aguentamos esticar essa corda ideológica, moral e ética. Todo sabe que em uma sociedade diversificada e desnivelada socialmente. A tensão e a disputa sempre fizeram e sempre farão parte do jogo democrático e da defesa de interesses diversos da sociedade. Mas a regra a que todos(as) estamos submetidos(as) é o absoluto cumprimento da Constituição Federal. Em uma nação que se diz democrática, tem que haver o respeito principalmente a nossa Carta Magna e aos poderes constituídos. Porque quando se analisa a Constituição Federal proíbe qualquer ameaça ao nosso regime político e prevê pena de prisão para quem descumprir esse dispositivo. Por viver em uma sociedade democrática, a população tem a responsabilidade de escolher seu governante através do voto, que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram. Ainda somos um dos países de pior distribuição de renda no planeta, em poucos lugares há tanta diferença entre ricos e pobres.

O sistema democrático há muita imperfeição que precisa ser corregido, mas, ainda é um regime que nos garante divergir e lutar por um Brasil melhor e mais inclusivo para todos e todas. Como dizia o sociólogo Betinho que nos deixou uma lição que permanece no seio daqueles que amam essa nação: “um país não existe como nação se não for pela democracia”. Para além dessa complexa conjuntura política, temos também uma grave crise social e sanitária. A volta da fome, o desemprego, a exacerbação de grupos de direita ou de esquerda. O que esperamos é que as instâncias responsáveis cumpram o que determina as leis vigentes e combatam os atos antidemocráticos.  Não podemos negociar a independência dos três poderes estabelecidos e nem, em hipótese alguma, permitir que sejam ameaçados de fechamento. A ditadura militar não tem mais espaço no Brasil, devendo ficar restrita aos livros de história, sem ser esquecida ou relativizada em seus abusos.

O Brasil chega ao segundo turno da eleição presidencial de 2022, em novembro, com 2 opções na urna, com a volta ao poder do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou a reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Seja qual for o governo a assumir o executivo no próximo ano, seja ele Bolsonaro ou Lula, terão muitas dificuldades em negociar com 1/3 da Câmara para ter maioria. Especialista aponta que relação entre Congresso e Planalto será difícil, seja qual for o presidente. De acordo com a nova composição do Congresso Nacional definida nas eleições do último domingo 2/10 indica que o próximo presidente da República chegará ao mandato sem maioria parlamentar garantida, precisará negociar com os partidos que, até aqui, não anunciaram adesão às candidaturas. O presidente eleito em segundo turno terá ainda que negociar com os partidos do chamado Centrão, grupo menos conhecido por suas bandeiras e mais pela característica de se aliar a governos diferentes, independentemente da ideologia.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – afirmou que o segundo turno é uma chance de abrir um leque de alianças e mostrar as propostas de forma mais detalhada: O que é importante é que o segundo turno é a chance de você amadurecer as suas propostas, a sua conversa com a sociedade, de você construir um leque de alianças, um leque de apoio antes de você ganhar, você mostrar pro povo o que vai acontecer, o que vai governar esse país. Vamos nessa gente, vamos nessa que o dia 30 tá muito perto. já provou que tem compromisso com os mais pobres e que consegue acabar com a fome. Quando se tornou presidente, em 2003, disse que sua missão era garantir que todos os brasileiros fizessem três refeições todos os dias. Dito e feito: em 2014, a ONU tirou oficialmente o Brasil do Mapa da Fome. Para Lula, o governo deve ajudar o desenvolvimento do país. O país inteiro, e não só algumas regiões. Por isso, quando ele virou presidente, regiões mais pobres, como o Norte e o Nordeste, mereceram tanta atenção quanto o Sul e o Sudeste. para o Brasil ser soberano de verdade tem que ter um Estado forte, capaz de promover o crescimento e combater as desigualdades.

Já o Presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) – questionou a credibilidade dos institutos de pesquisa e disse que sua ida ao segundo turno mostra que a população confia em sua gestão: O Brasil, levando-se em conta a grande maioria dos países do mundo, é o que melhor está se saindo na questão da economia. Então nós só temos dados positivos e acredito que como vai ser um primeiro pro segundo turno mais elástico, quatro semanas e não três como geralmente acontecia, dá pra gente explicar bem à população o que aconteceu. Sua carreira política começou em 1988, quando concorreu à Câmara Municipal do Rio de Janeiro e conseguiu uma vaga no Legislativo da cidade. Em 1990, dois anos depois, conquistou o primeiro dos sete mandatos consecutivos no cargo de deputado federal pelo Rio de Janeiro.

Perfis  dos candidatos ao cargo de presidente no 2º turno:

Jair Messias Bolsonaro, 67 anos, é candidato à reeleição pela coligação “Pelo Bem do Brasil” –  (PL/PP/Republicanos). Natural de Campinas (SP), ele é casado com Michelle Bolsonaro e tem como candidato a vice-presidente o militar reformado Walter Souza Braga Neto, de 66 anos.

Luiz Inácio Lula da Silva, 76 anos, é natural de Garanhuns (PE) pela coligação “Brasil da Esperança” – (PT/PCdoB/PV)/Solidariedade/Federação PSOL-Rede/PSB/Agir/Avante/Pros). Presidente da República entre 2003 e 2010, ele é casado com Rosângela Silva, Janja, e tem como candidato a vice-presidente o médico e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Messias Bolsonaro (PL)? Até os Especialistas em eleições admitem que é difícil prever quem ganhará segundo turno desse pleito eleitoral para presidente da República do Brasil, será uma tarefa acirrada entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro. Os candidatos correm atrás de novas adesões. Com certeza será uma eleição disputada voto a voto, os dois presidenciáveis têm um grande desafio pela frente: reduzir o índice de abstenção que ultrapassou os 20%. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TRE) registrou 20,95% de ausentes, o correspondente a 32.770.982 eleitores. Além disso, 1.964.779 de pessoas votaram em branco e mais 3.487.874 anularam o voto. Como resultado do primeiro turno apontou uma concentração de votos no primeiro turno, embora Lula tenha registrado seis milhões de votos a mais que Bolsonaro, e vencido em cinco Estados onde em 2018 o PT havia perdido: Amapá, Amazonas, Tocantins e Minas Gerais  conquistados por Bolsonaro nas últimas eleições e no Ceará vencido por Ciro Gomes.

Afinal qual será o projeto nacionalista de nação do próximo presidente, seja ele Bolsonaro ou Lula? A sociedade não pode abrir mão do nacionalismo por ser uma ideologia política, uma corrente de pensamento que valoriza todas as características da nossa nação. Uma das formas pelas quais o nacionalismo se expressa é por meio do patriotismo, que envolve a utilização dos símbolos nacionais, da bandeira, do cantar o hino nacional, da nossa indústria, do agronegócio, da agricultura familiar, etc. O nacionalismo no Brasil ele ficou muito evidenciado no período de governo de Getúlio Vargas. Incentivava o nacionalismo de diversas formas, desde a implementação de políticas voltadas para a classe trabalhadora, da industrialização, como a valorização do território brasileiro.

A conservação das grandes empresas estatais no país, ativação dos estaleiros e voltando a fabricarem navios e plataformas aqui no Brasil, como a “Petrobras”, a “Nuclep” única empresa nacional capacitada à manutenção e desenvolvimento dos equipamentos das usinas que compõem a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), no município de Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro. Para atender ao Programa Nuclear Brasileiro e é nela onde são construídos os mais importantes equipamentos nucleares do país. Trabalha em consonância com a agenda nacional de fortalecimento da indústria nuclear, de modo a contribuir com a meta do país em prover energia firme, segura e estratégica para o desenvolvimento na nação, esses são os principais objetivos de quem ama essa nação.

O nacionalismo que queira ou não, ele está presente no mundo contemporâneo e não podemos deixar morrer essa bandeira, da exaltação de nossos símbolos como o hino nacional, das nossas belezas naturais, da nossa cultura, da coragem do nosso povo, das figuras históricas que formaram essa pátria chamada de Brasil. Ideologia do nacionalismo provém o sentimento de pertencimento à cultura do nosso país e identificação com a pátria. Diferente do patriotismo, que cultua questões mais palpáveis relativas ao Estado – os símbolos, o hino, a bandeira –, o nacionalismo tem um quê mais político. Um dos ideais nacionalistas é a preservação da nação, na defesa de territórios e fronteiras, assim como na manutenção do idioma, nas manifestações culturais, opondo-se a todos os processos que possam destruir nossa identidade ou transformá-la demonstrando o sentimento de brasilidade.

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4 comentários em “Após disputa eleitoral será possível construir uma nação em torno de um ideal nacionalista?

  1. Bom ensaio lembrando a historia de construcao. Faltou mencionar a Guerra do Paraguai como outro fator na consolidacao da identidade e depois Canudos.

    O nacionalismo verde/amarelo do Bolsonaro nao tem muita profundidade. Eh o tipo ame o ou deixe o da ditadura. Infelizmente Lula perdeu as cores e o projeto nacional dele me parece do seculo passado, embora mais atraente por ser um pouco mais democratico do que da direita. Vamos ver!

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  2. I am very disappointed that Brazil voted against Russia ifor the last UN resolution. This would not have happened under President Lula! So I hope that Lula will win in this presidential electiion of yours in Brazil. He will continue to be a faithful and loyal member of BRICS: Brazil – Russia – India – China – South Africa. By the way, all the other BRICS members abstained, they did not vote against Russia at the UN. China, India, Russia, they abstained, although the pressure was high.

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