Governos fortes assustam o poder das big techs?

Afinal governos fortes assustam o poder das big techs e, qual é o poder das big techs, sua capacidade de coletas e analises de dados que tocam virtualmente na vida humana! Desafiam e destroem fronteiras, defrontam o até então sistema governamental que as nações tinham e ainda têm sobre o seu território, tanto no campo econômico, como no social, da liberdade de expressão, da privacidade individual de cada habitante, quebram leis no âmbito nacionais e internacionais, já estão quase com o domínio total sobre o que as pessoas devem pensar ou não. Vem confrontando países dentro dos seus próprios territórios, patrocinam e tiram governos que não estão conforme seus scripts. Ousam dizerem que a justiça de determinados países não tem competências e que não vão cumprirem as leis que regem a própria sociedade.

Colocam as nações em uma situação inusitada de submissão, fazem suas próprias leis com o seu poder de influências já possuem no mundo de hoje. Tem valor mercadológico maiores do que muitos continentes atualmente, em trilhões e trilhões de dólares (US$). Segundo pesquisadores da área. Já há um amplo consenso de que os mercados digitais não estão mais funcionando segundo o interesse da sociedade, mas sim pelos interesses próprios. E de forma avassaladora vem aniquilando seus competidores, tanto, no âmbito empresarial privado como no governamental. O problema é muito grave, que dentro de uma lógica do que vem acontecendo uma dominação total econômica e mental.

As big techs, já tomam decisões sem consultar ninguém, já se acham estarem acima de qualquer tipo de governança. Empresas estas já estão controlando Estados e sociedade globalmente, tanto no campo socioeconômico, como político, ditam até como as pessoas possam pensarem e agirem no que deveriam estar sobre o controle das nações, já está nas mãos das mesmas. Já transcendem fronteiras e a geopolítica, constituindo-se em um poder sobre tudo que há nesse planeta. É inadmissível que esse poder adquirido pela big techs, transformam mentiras (fake news) em até numa verdade absoluta. Já há muitos países que estão extremamente preocupados e começam a discutir legislações para tentar disciplinar a atuação das megaempresas. O Brasil é um deles. Mas é uma tarefa dificílima pois consiste em regular o espaço digital, algo que nunca foi sequer tentado e para o que a humanidade ainda não está preparada.

Justamente aqui reside a principal vantagem competitiva das big techs, pois elas têm toda competência e habilidade para atuar nesse território imenso do espaço digital e sem fronteiras. Em qualquer setor da economia as empresas precisam respeitar as regras e as legislações dos países onde estão localizadas. No caso das big techs isso fica muito mais difícil pois elas é que definem em qual datacenter de qual país elas querem armazenar qual tipo de dado. Fazem isso sem pedir autorização para nenhum governo. Como dissemos acima, os governos não conseguem controlar o espaço digital, estão perdendo rapidamente o controle. Será preciso urgentemente que se implantem mecanismos que coíbam o crescimento do poder assombroso dessas empresas.

O mundo está em um momento muito conturbado, devidos acontecimentos que estão moldando a sociedade global, na história a sociedade precisa refletir e debater, tanto no campo nacionais como global. Implicações políticas e socioeconômica, das hesitações em regulares as gigantes de tecnologias. As sociedades globalistas precisam ter controle sobre as megaempresas transnacionais, precisam que aja líderes nacionais que tenha a coragem de enfrentarem, criem leis que possam dar limites, respeitem as diferencias ideológicas, a cultura dos povos. As big techs são grupos de uma imensa influencias no mundo virtual e presencial no mundo. Estas corporações gigantes, desempenham um papel fundamental na economia global e na evolução tecnológica. Tais empresas já controlam cerca de 80% do mercado global.

O que não se pode negar é a importância das big techs na sociedade atual, elas lideram o caminho na inovação tecnológica, impulsiona o desenvolvimento e afeta diretamente a vida das pessoas e das nações globalmente. Essas empresas estão constantemente inovando e moldando o cenário tecnológico. Além disso, plataformas de busca e redes sociais fornecem acesso a uma vasta quantidade de informações, capacitando as pessoas a buscar conhecimento, tomar decisões informadas e se manter atualizadas sobre eventos globais. As big techs tem dado grandes contribuição, permitindo que as pessoas em diferentes partes do globo se comuniquem, compartilhem informação e acessem recursos de forma rápida e eficiente, desempenham um papel fundamental na interconexão global, precisam de regulamentação e fiscalização global e local. Essas grandes empresas, já se acham no direito de confrontar os governos soberanos em todo o mundo, querem se manterem à margem das leis internacionais e nacionais.  

Entender o que são Big Techs é crucial para compreender o mundo em que vivemos. Elas são mais do que apenas empresas de tecnologia; são entidades que moldam nossa economia, política e até mesmo nossa cultura. Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades, e é essencial que continuemos a questionar e a regular o impacto dessas empresas em nossa sociedade. Entenda o impacto e o domínio dessas gigantes tecnológicas, nos debates econômicos e sociais. Mas o que são, de fato, essas gigantes da tecnologia, suas origens, vantagens e desvantagens, e o impacto que exercem globalmente e no Brasil.

Por serem grandes corporações que dominam o setor de tecnologia e inovação. Elas não apenas oferecem produtos e serviços inovadores, mas também moldam a forma como vivemos, trabalhamos e nos comunicamos, impacta em diversos aspectos da sociedade, se destacam pelo seu tamanho, influência e poder econômico. Se caracteriza por sua presença global. Elas estão presentes em múltiplos setores, como redes sociais, comércio eletrônico, eletrônicos de consumo, streaming de vídeo, busca na web, entre outros. A relevância dessas empresas vai além da inovação tecnológica. Elas desempenham um papel crucial na economia global, influenciando outros setores e até mesmo políticas governamentais. Têm um impacto significativo na disseminação de informações e na formação da opinião pública.

Em uma entrevista fornecida a Fundação Perseu Abramo – Secretário de Políticas Digitais da SECOM/Presidência da República do Brasil.| João Brant – “As big techs precisam de regulamentação e fiscalização global e local” – onde ele afirma que atualmente o papel que as redes sociais vem tomando e se transformando em negócios mais lucrativos do planeta. Ao mesmo tempo em que oferecem entretenimento audiovisual dos mais variados tipos e assuntos aos usuários, também acumulam milhões de dados sobre o comportamento e o consumo de informação das pessoas que utilizam suas plataformas. Essa captura e retenção de dados pode ocorrer até mesmo quando o indivíduo não está utilizando qualquer uma das redes especificamente.

Nem as sociedades nem os governos e muito menos as legislações dos países estavam preparadas para o surgimento das plataformas de comunicação instantânea. Agora, quando as grandes empresas de comunicação já estão altamente disseminadas pelo mundo e se transformaram em fonte de renda de milhões de pessoas, governos do mundo todo tentam organizar ações e leis para tentar diminuir a potência de propagação de discursos de ódio e desinformação sobre os mais variados temas.

Secretário de Políticas Digitais, João Brant aponta que a segmentação automatizada é tão forte nessas plataformas que existem hoje verdadeiras “realidades paralelas”. À frente do órgão da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (2018), diz que as redes sociais estão gerando um isolamento cada vez maior dos internautas.

Nesta entrevista à Focus Brasil, João Brant também fala sobre a importância de o país ter feito uma solicitação diante das Nações Unidas para que a comunidade internacional promova o debate sobre a regulamentação global para a operação das chamadas big techs. Mestre em regulação e políticas de comunicação pela London School of Economics (2006), ele lembra que as corporações grandes como Meta, proprietária do Facebook e Instagram, e o antigo Twitter hoje “X”, têm enfrentado de maneira desabrida governos locais e que a união de esforços pode ajudar no controle. A seguir, leia a íntegra da entrevista:

Focus Brasil — O governo brasileiro pediu na ONU que a comunidade internacional reflita sobre a necessidade de uma regulamentação global das redes sociais. Por que é importante que essa regulação seja global?

João Brant — Acho que tem dois aspectos relevantes aí. O primeiro é entender que as redes são globais e boa parte das suas regras é global. Elas buscam ter regras gerais para aplicação dos seus termos de serviço. Então, isso faz com que o desafio de enfrentar os efeitos negativos que são criados por elas ganhe mais força se for também feito de forma global. A segunda coisa, acho que tem a ver com uma tensão política inevitável pelo tamanho dessas empresas e pela força econômica delas. A gente viu, por exemplo, na Austrália, o Facebook brigar com o governo e com o Rupert Murdoch ao mesmo tempo e trabalhar em formas de chantagem, retirando conteúdo jornalístico da plataforma, inclusive de pequenas cidades, pequenos jornais do interior da Austrália.

A gente já viu em outros países as big techs demonstrando sua força ao tentar suspender determinadas características do serviço por reação a ações de regulação. Então, ao trabalhar num plano internacional, o Brasil ganha mais força política nessa agenda. E o terceiro aspecto que não tem a ver com o fato de necessariamente o esforço regulatório ser global, que é a gente intercambiar experiências com outros países, porque uma parte desse esforço é feita em âmbito doméstico, necessariamente. E aí, nesse sentido, trocar informações sobre o que tem funcionado e o que não tem é um elemento muito relevante. Nós já tivemos oportunidade, nessa viagem à França, de fazer várias reuniões bilaterais com o governo francês, que tem uma leitura muito parecida do problema com a nossa.

— Já existe uma perspectiva de quais são os mecanismos possíveis a serem adotados para tentar regulamentar ou criar regras que façam com que redes sociais não sejam esse palco de absurdos?

— De maneira geral, acho que há pelo menos três grandes linhas de esforços. A primeira é discutir regime de responsabilidade e deveres associados, ou seja, em que medida as plataformas devem ou não ser responsáveis por conteúdos ilegais ou por conteúdos nocivos e quais os deveres, qual papel de cuidado, por exemplo, devem ter na moderação desse conteúdo. Então, se eu viro e falo “você não é responsável por cada conteúdo que tem na sua rede, mas você é responsável por garantir e fazer um esforço ativo antidesinformação”, então, essa ideia de um dever de cuidado vem junto com a discussão do regime de responsabilidade como um dos elementos estruturantes.

Um segundo bloco de questões tem a ver com tentar reverter o que a gente chama de externalidades negativas do modelo atual, que é baseado na busca do engajamento a todo custo. As plataformas têm como principal indicador o engajamento do usuário, ou seja, tempo e nível de interação dele com os conteúdos e postagens.

Precisamos entender que se levar isso a um looping permanente, as regras desse ambiente informacional passam a ser guiadas não pelo interesse público, não por pluralismo, diversidade, confiabilidade da informação, mas pela busca incessante de engajamento. Então, precisamos buscar reverter um pouco esses efeitos. A Europa tem apontado caminhos para isso, por exemplo, em relação ao que a gente chama de avaliação de risco sistêmico e de ações derivadas dessa avaliação de risco. [A empresa] é obrigada a rever anualmente os seus sistemas para ver se continuam entregando conteúdo problemático e tomar ações para reverter esses problemas. Isso, por exemplo, poderia afetar os sistemas de recomendação, algoritmos e fazer com que se revertesse um pouco esses efeitos negativos.

O terceiro ponto são ações efetivas de moderação de conteúdo. Passamos à discussão do que você pode fazer para reverter os efeitos, mas vai ter conteúdo ilegal e vai ter conteúdo desinformativo e precisamos ter ações efetivas de, no caso de conteúdos ilegais ou no caso de conteúdos nocivos, combinar mecanismos de ação da Justiça com mecanismos de corregulação. Ou seja, regras que definam publicamente e imponham normas às plataformas. As empresas têm que seguir e o poder público supervisiona. E fazer com que, então, tenhamos celeridade para lidar com conteúdo ilegal ou nocivo.

Eu faço essa diferenciação porque uma parte, por exemplo, da desinformação, das fake news não é ilegal necessariamente, mas afeta o público, é nociva, é problemática, especialmente em grandes volumes. Então, é preciso ações para reverter isso. Acho que esses são os principais blocos das questões. Uma discussão mais geral de responsabilidade e deveres de cuidado, uma questão sobre como reverter as externalidades negativas do modelo de negócio. E uma terceira relativa à moderação de conteúdo.

— A gente tem estado muito preocupado nos últimos tempos com a monetização dos absurdos, dos discursos de ódio porque esse é um sistema que se retroalimenta. Mas existe outra preocupação evidente que é sobre os dados dos usuários. Grande parte do negócio dessas big techs são os dados que fornecemos gratuitamente. Qual é a preocupação nesse sentido, sobre a privacidade dos usuários das plataformas?

— Sim. Já há a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). É preciso uma fiscalização rigorosa em relação ao tratamento desses dados. Mas, na prática, o que a gente vê é a possibilidade delas [as empresas] irem expandindo o uso desses dados para outros usos diferentes do que o usuário autorizou. Essa discussão sobre o consentimento é muito relevante no âmbito da proteção de dados. E precisa ser observada para que essas plataformas não expandam o uso de tais dados além do que obtiveram no consentimento do usuário. Outro aspecto relevante nisso é sobre o perfilamento. A gente tem que tentar impor limites ao perfilamento porque ele é um dos problemas ou uma das razões do que a gente tem de hipersegmentação do debate público. A hora que você olha para o debate público, hoje hiperfragmentado, em que temos verdadeiras realidades paralelas, isso tem a ver com o fato das big techs quererem entregar conteúdo cada vez mais parecido com o que você já consome. E isso vai gerando um isolamento cada vez maior das pessoas nesses mundos que hoje, de fato, compõem realidades paralelas.

Então, eu diria que a ideia de que você leva à última potência o perfilamento do usuário para fornecer a ele informações mais parecidas com as que ele já consome, é parte do problema. Precisamos olhar para isso com atenção. E, por último, a questão dos dados se torna mais grave quando se trata, por exemplo, do perfilamento de crianças e adolescentes. A União Europeia proibiu a publicidade direcionada e segmentada a crianças e adolescentes. Acho que a gente deveria trabalhar nessa mesma direção.

— Mudando um pouco de eixo, observamos na transição o desmonte que o Bolsonaro e o bolsonarismo fizeram na estrutura do Estado. Ao assumir a Secom, que é um órgão importante, que inclusive teve suas funções pervertidas pelo “bolso-olavismo” numa atitude completamente iliberal e antirepublicana, encontrou-se uma terra arrasada?

— Encontramos. E acho que por uma combinação de dois motivos. O primeiro é a saída da Secom da Presidência. A ida para o Ministério das Comunicações tinha gerado uma confusão de papéis e de estrutura, de um jeito que, no momento em que se  reverte esse movimento, trazendo de volta a Secom para a Presidência, isso gerou muitas fraturas. Não são só fraturas. Não  se consegue recuperar o que a Secom era no cenário anterior. A segunda coisa é que a Secretaria de Comunicação não tinha contrato para questões básicas. Por exemplo, um contrato da própria Secom para ações digitais, incluindo todas as atividades necessárias para avançar nas ações digitais. Como operavam com estruturas paralelas, o que a gente encontrou ali foi uma estrutura oficial enfraquecida.

O que o ministro [Paulo] Pimenta determinou de início foi justamente trabalhar na estruturação da Secom para que ela tenha condição de responder de forma robusta aos desafios do tempo atual. Não adianta pensarmos na Secom de 2010 e tentarmos reproduzir aquele modelo. A realidade do ambiente informacional é outra. Então, precisamos ter uma Secom moderna e arejada, o que não tem como ser feito de uma hora para a outra no serviço público. É o desafio que o ministro trouxe para o dia a dia e nós estamos buscando implementar.

— A Secretaria de Políticas Digitais não existia. Qual vai ser a função dela, qual vai ser o funcionamento?

— Olha, a Secretaria de Políticas Digitais de fato é uma secretaria nova e foi pensada justamente como ambiente para organizar a ação do Estado brasileiro, do governo brasileiro, nos temas de promoção de políticas públicas e regulação do ambiente digital naquilo que se refere à comunicação. Basicamente, estamos falando o seguinte: temos que buscar definir regramentos e políticas para proteção e promoção da democracia e para a proteção e promoção de direitos na rede, no ambiente digital. Então, a secretaria nasce com essa missão e isso passa pelas diferentes estratégias de fortalecimento de organização dessas políticas digitais na comunicação, por exemplo, fortalecer a sustentabilidade do jornalismo com pluralismo e diversidade, garantir políticas de educação midiática, garantir mecanismos de proteção a direitos individuais e coletivos no ambiente digital. Tudo isso está nas competências da secretaria e é o que a gente vem trabalhando.

— Lula e os governos do PT foram e são muito atacados por fake news na rede, mentiras… O campo progressista fica muito abalado porque acha que demoram a responder. Do ponto de vista institucional, a Secom está se preparando para fazer essa cruzada? Claro que não fará sozinha, existem apoiadores do governo nas redes, mas que precisam ser alimentadas de fatos concretos, de realizações para poder divulgar. A estruturação que estão fazendo visa ampliar essa interlocução?

— Sem dúvida. Essa é uma prioridade do ministro [Paulo] Pimenta. Eu diria que o desafio para isso é grande e a Secom deve fazer isso em diálogo e articulação com outros atores. É preciso ter clareza de qual é o papel do governo na reação à desinformação. Eu acho que o governo tem um papel importante além de promover a comunicação sobre as ações do governo Lula, mas também de responder a desinformação sobre políticas públicas e sobre ações de governo e sobre os atores políticos, presidente, ministros, atores relativos ao governo. Então, temos clareza de que a Secom tem um papel central de fornecer informações corretas de forma célere, rápida e fazendo chegar a todos os atores que têm condição de ajudar a reverberar. Tem uma parte das ações de enfrentamento da desinformação que precisam ser assumidas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e pelos partidos da base porque não faz sentido que o governo entre numa disputa política naquilo que é próprio dos partidos.

Mas acho que a Secom tem, sim, um papel central. E o grande desafio é como partir de uma Secom desmontada e torná-la apta e forte o suficiente para enfrentar o problema no volume que ele tem. Logo depois do 8 de janeiro, a gente já via cobranças à ação da Secom num momento em que a secretaria sequer tinha uma pessoa nomeada para isso. As nomeações são um processo lento no início de governo. Então, não adianta achar que da noite para o dia a Secom vai ser o centro de inteligência e de estruturação dessa ação. Mas o ministro Paulo Pimenta tem priorizado essa dimensão. Isso está no escopo de várias das secretarias. É uma combinação da ação de várias secretarias dentro da Secom e acho que certamente nós, enfim, num prazo razoável, o governo tem toda a condição de assumir esse lugar central que a própria secretaria tem no enfrentamento à desinformação sobre ações de governo e sobre os agentes públicos.

As grandes empresas de tecnologia ficaram poderosas demais, já estão competindo com governos mundo afora, elas usam muito bem a desinformação para atacarem qualquer forma de regulamentação, não querem leis que der limite em suas atuações, não querem pagar tributos conforme os países determinam em seus territórios. X (ex-twitter) discursos odiosos e violentos, mas como se sabe os favorece financeiramente. No fim é tudo dinheiro, estão impactados pelo advento das redes sociais. O  que chama a atenção é o domínio destas gigantes da tecnologia vem atuando globalmente.

Governos já estão mirando as big techs e já estão discutindo regulamentações do mercado online, abre consulta pública para debater tema após conversas com empresas. O Brasil através do Ministério da Fazenda vem discutindo com a sociedade de que é preciso a criação de novas regras para regulamentar a concorrência do mercado online. Uma possível regulamentação mira as big techs para evitar monopólios e concorrência desleal. “Essas grandes empresas eventualmente adquirem outras empresas menores, não necessariamente por interesse, mas para acabar a empresa. Essas plataformas também acumulam muitos dados”, comentou o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, em coletiva à imprensa. “Essas características dão espaço para que essas plataformas usem práticas anticompetitivas, como acordos de exclusividade e dar preferência aos próprios produtos, com condições especiais de entrega, por exemplo”.

O secretário reconhece que a formatação de uma proposta enfrenta desafios, já que o mercado é dinâmico e uma eventual proposta teria que preservar a capacidade de inovação, e não trazer mais encargos. Entretanto, Marcos Pinto disse que o governo já iniciou o diálogo com as big techs para tratar do tema. As empresas nos receberam muito bem, porque não viemos com um ‘prato feito’, a gente optou por um caminho de mais prudência e consultar todo o mercado e entender profundamente o assunto para ver se necessita regulamentação e entraves eventuais”, disse. Independente do contudo do projeto de lei é bizarro e preocupante ver uma empresa privada multinacional interferindo na política de um país desse jeito.

Para entender melhor de que é necessário regulamentações das empresas de tecnologias o mais rápido. Olha o exemplo do Estado Unidos com a TikTok que será obrigada a vender para um que não seja chinês. Entenda lei que foi aprovada. O presidente norte-americano, Joe Biden, sancionou  no dia 24/04 a lei que pode proibir o uso do TikTok nos Estados Unidos. Biden acatou a nova legislação aprovada pelo Senado dos EUA. Os parlamentares norte-americanos afirmam temer pela segurança de dados dos usuários e alegam que a ByteDance, empresa responsável pelo TikTok, compartilha suas informações com o Partido Comunista — o que a empresa nega. Já o governo chinês falou, em março, haver “perseguição”.

Lei determina que aplicativo seja vendido para operador não chinês. De acordo com o projeto aprovado, a ByteDanc é obrigada a vender a operação do TikTok nos EUA para uma empresa fora da China. Se em nove meses isto não acontecer, a lei prevê que o app seja banido das lojas de aplicativos e servidores do país. A ação contra o TikTok foi colocada em um pacote medidas para segurança nacional, que aqui no Brasil chamamos de ‘jabuti’. Esse pacote prevê US$ 95 bilhões (cerca de R$ 490,3 bi) em ajuda a Ucrânia, Israel e Taiwan, aliados dos EUA. O TikTok deverá contestar decisão com base na Primeira Emenda. Segundo a plataforma, a medida poderá “silenciar” milhões de norte-americanos e “devastar” empresas —em novembro, um juiz em Montana bloqueou uma proibição estadual do TikTok, citando motivos de liberdade de expressão. O TikTok alega que investiu bilhões de dólares para manter os dados das pessoas seguras. Portanto, fica muito claro de que por traz destas cortinas de fumaça, há muito a desenrolar.   

No Brasil o Superior Tribunal Federal incluiu dono da rede social X (ex-twittir) no inquérito das milícias digitais. A decisão do ministro Alexandre de Moraes determinou que o dono da rede social X (ex-Twitter), Elon Musk, seja incluído como investigado no inquérito das milícias digitais (INQ 4874). O ministro também instaurou inquérito para apurar as condutas de Musk quanto aos crimes de obstrução à Justiça, organização criminosa e incitação ao crime – “As redes sociais não são terra sem lei; não são terra de ninguém”, destacou na decisão, tomada após o dono do X fazer postagens na rede social que, segundo Moraes, são uma “campanha de desinformação” que instiga “desobediência e obstrução à Justiça”.

Como determinou que, caso a rede social X (ex-twitter) desobedeça qualquer ordem judicial e reative perfis bloqueados pelo STF ou pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), será aplicada à empresa multa diária de R$ 100mil por perfil. O Ministro Alexandre de Morais registra que, nas postagens, Elon Musk declara que a plataforma descumprirá ordens da Justiça brasileira relacionadas ao “bloqueio de perfis” os quais, segundo o ministro, são “criminosos e espalham notícias fraudulentas”. E ainda acrescentou ainda que a conduta da X (ex-twitter) configura, em tese, não só abuso de poder econômico, por tentar impactar de maneira ilegal a opinião pública, mas também flagrante instigação “de diversas condutas criminosas praticadas pelas milícias digitais investigadas, com agravamento dos riscos à segurança de integrantes do STF”.

Leia a integra da decisão do ministro.

 As democracias ainda não estão preparadas para a era digital, está sendo destruída, afirmam, especialista em informações digitais e prevê um futuro inquietante. O fluxo de dados entre cidadãos e governantes nos está levando à uma ditadura da informação, estamos vivendo em um mundo em que as pessoas usam a tecnologia até para mudar mentes. As redes sociais já ditam como devemos nos portar. Ainda não há um filtro confiável a serviço da sociedade. As big techs hoje podem ter acesso a tudo o que os cidadãos fazem. Essas megas empresas de tecnologia já ditam como devemos conviver em sociedade, não estamos ainda preparados para isso. Portanto, as nações ainda tem a missão de defender as pessoas. Vemos no Brasil atual, as eleições ainda não acabaram os políticos ainda se acham que estão em campanhas, passam os dias a arregimentarem as pessoas através das redes sociais. É preciso refletir, caso contrário, as pessoas são manipuladas facilmente se convertem ao fanatismo paralelo do mundo virtual.

O que vemos atualmente, muitas pessoas vivem em um mundo paralelo virtual e, sob comando das bic techs da informação virtual em seu dia-a-dia, passaram a viverem uma relação virtual pelas redes sociais. Se, por um lado, usufruímos os benefícios das infinitas possibilidades de acesso e contato com outros mundos, por outras culturas, por outro, nos deparamos com nossos novos comportamentos frente a estes outros mundos. Pessoas vivem distante ocupando até o mesmo espaço, se isola-se em seu mundo paralelo, no qual apresenta uma nova identidade em todos os níveis oposta à de sua vida real. No entanto, sentir-se realizada, seja em sua vida cotidiana, seja em seu universo paralelo.

As novas tecnologias nos estão fazendo entrar em um novo mundo. Criam a falsa sensação de que criou algo paralelo à sociedade. Precisamos estar atento e ter cuidado para não transformar nosso natural estranheza, Sensações, percepções, conceituações, narrações e, por fim, tomada de decisões. Diante de um “Mundo Virtual” estamos entrando em um mundo completamente novo, inusitado, o que não corresponde aos fatos a nossa própria realidade. O mundo tecnológico ajuda a melhorar, mas não criam novos mundos, revela o que já existia, mas que ante era apena inacessível, não inventou ou criou os planetas, estrelas distantes da nossa galáxia, apenas nos permite enxergar.

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