Haddad x Bolsonaro está representando a “civilização” contra a “barbárie”

Haddad x Bolsonaro

Em uma Carta aberta Manuel Castells um dos mais conceituado intelectual do mundo opina sobre as eleições no Brasil. O sociólogo e economista espanhol trabalha como professor de Sociologia e Urbanismo na Universidade da Califórnia em Berkeley. É diretor do Instituto Interdisciplinar da Internet e presidente do conselho acadêmico da Next International Business School. É um dos mais conhecidos sociólogos do mundo e especialista em comunicação. Seu livro mais famoso é “A sociedade em rede”. Depois de lecionar em várias universidades, está agora na Califórnia do Sul, continuando suas pesquisas em comunicação e sua incidência na nova sociedade emergente. Seu nome tem grande peso. Alerta a sociedade brasileira sobre o risco de eleger um presidente de ultra-direita: “Carta aberta de Manuel Castells aos intelectuais do mundo sobre as eleições no Brasil”.   

A eleição de autocratas tal como: dos EUA, da Filipinas, da Turquia, da Rússia, da Hungria e da Polônia. Eles foram eleitos democraticamente, entretanto são políticos autoritários que, embora sejam produto do establisment político e econômico, se apresentam, como anti-sistema e anti-política, insultam os adversários e veem como inimigos a eliminar; rejeitam as regras de jogo democrático, fazem apelos intimidatórios à resolução dos problemas sociais por via da violência, mostram desprezo pela liberdade de imprensa e propõem-se revogar as leis que garantem os direitos sociais dos trabalhadores e das populações discriminadas por via etno-racial, sexual, ou religião. Em suma, apresentam-se a eleições com uma ideologia antidemocrática e, mesmo assim, conseguem obter a maioria dos votos. Políticos autocráticos sempre existiram. O que é nova é a frequência com que estão a chegar ao poder.

A sociedade aristocrata retrograde que se transformaram em oligarquia e, que apoiam governantes que atendem seus interesses privados em detrimento do público. Em que pese o tempo já passado, ainda não consegue entender que a sociedade mudou e, que ainda vive acorrentado aos valores, critérios e visão de um Brasil escravista do século XVII. Escondem, de propósito, o fato jornalístico de que foi a Folha de SP, e não o PT que revelou o esquema milionário criminoso de caixa dois (2) do Bolsonaro com empresários corruptos, a mídia reacionária que ainda não aprenderam a perder.

Em artigos escritos e nos teles jornais estão batendo na mesma tecla de que o Partido dos Trabalhadores armou a denúncia por puro desespero. Estes órgãos continuam a decerminar conteúdos mentirosos (fake news).  Eles não interessam a Lei, o Estado de Direito, as regras eleitorais, o combate ao crime e, menos ainda, a prática de um verdadeiro e honesto pleito eleitoral. Disseminam o ódio, racismo, preconceitos e violência fascista a serviço do nazi-bolsonarismo.

A ofensiva do PT está assentada na acusação segundo a qual a candidatura de Bolsonaro está sendo impulsionada nas redes sociais por organizações que atuam no “subterrâneo da internet”, segundo denúncia feita tribuna do Senado pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann.

No conjunto de valores e princípios que norteia a conduta do pensamento e, da ação em relação à ingenuidade que a sociedade flerta com a democracia; gostaria de fazer uma reflexão da nossa atual conjuntura política, mostrando a outra fase obscura do que se está sendo construindo no seio da nação. Lula foi preso em São Bernardo do Campo, no dia 07 de abril deste ano, onde foi quebrado o Fosso que permitia a movimentação das tropas democráticas progressistas, atuarem no combate da arena e situar-se no campo inimigo da irracionalidade, da ignorância, da vaidade e, por vezes do ódio. A postar-se em sítio distante da razoabilidade, do bom senso e da ponderação.

Por mais complexas que as questões éticas e morais pareçam ser, devemos lembrar de que fomos nós quem as criamos. Portanto, não descer a essa arena do ódio; não deixando que estes golpistas fiquem sem resposta para que não passem por o dono da verdade. Usando como a defesa da tauromaquia espécie de tabique no qual são construídas, para servirem de refúgios aos toureiros nas praças de touros; refugiarem diante do ataque de um touro. Portanto, fica claro que os golpistas iram até a última consequência, para fazer com que a agenda neoliberal fosse cumprida.

Bolsonaro (PSL) está fugindo dos debates; estratégia estas que já foram usadas por Collor, FHC, Entretanto fica evidente o nervosismo e a falta de preparação do candidato ao responder uma pergunta sobre economia. Bolsonaro já admitiu que não domina sobre o assunto e costuma evocar o economista Paulo Guedes, quando questionado sobre economia. O COISO está usando o não aparecimento para confrontação de programas de governo com Haddad (PT); foge como o “diabo foge da cruz”, estratégia para fugir diretamente do adversário e, assim evitar desgastes, não é novidade na disputa ao Palácio do Planalto. Fernando Collor de Mello (PTC, em 1989), Fernando Henrique Cardoso (PSDB, em 1994), já se valeram da artimanha antidemocrática.

Tal como, a reforma da previdência social, na forma que estão sendo realizada por um congresso conservador, a reforma trabalhista com a retirada de direitos, a entregas do pré-sal e o congelamento de gastos públicos por 20 anos – no campo político-econômico, unificaram a pauta da agenda conservadora de ultradireita do cerceamento da liberdade de imprensa, da censura a exposições e a artistas em geral, com a judiscialização da política por um judiciário antidemocrático de vigilância ideológica, dentre outras pautas a serem concretizada se for eleito o ‘COISO’.

Só observar a narrativa da grande mídia conservadora na escolha entre um candidato que quer fortalecer o estado, combater a desigualdade social e o outro que prega o estado mínimo principalmente no campo social, que prega o ódio ao progressista e, principalmente no imaginário da classe média. Classe média, diga-se de passagem, que ascendeu nos governos Lula e Dilma e que não se viu mais representada no projeto “de pobre” do PT: claro, o Partido dos Trabalhadores nunca politizou essa inclusão. Deixando ao cargo do consumo e, com isso pensavam que fosse haver uma simpatia (gratidão) ao partido e ao projeto de inclusão social, por se próprio, foi engano eles se usufruíram as beneficies e no momento de apoio deram-lhe as costas.

Como em todo processo fascista que já ocorreu e continua na história da humanidade, há um inimigo comum construído pelo pensamento violento. Na Alemanha, de 1930, foram os judeus. No Brasil, desde 2005, esse inimigo é o PT. O resumo ou a síntese do compêndio sumário de uma sinopse resenha de que só o Partido dos Trabalhadores é a seiva-fundamental da corrupção, da roubalheira, dos movimentos LGBT, dos comunistas, das aborteiras, da pouca vergonha e, dos evangélicos neopentecostal que diariamente em seus cultos, levam seus seguidores a classificarem o Partido dos Trabalhadores de “demônio”.

Mas é importante mostrar que também há ódio de classe nesse extrato, o que é um assunto polêmico para ser tratado num momento de menor tensão. E não seria alguém com a roupagem tecnicista, como o Bispo Edir Macedo com seu plano de poder que está em curso. Não faz segredo; a Igreja Universal do Reino de Deus e a rede de comunicação ligada à figura do Bispo sua maior referência.

Será que alguém tem alguma duvida quanto sua tendência redentora de encarnar a alma de um conservadorismo, para que a “pátria” seja resgatada nos seus costumes. Não à toa, que ele está apoiando e direcionando seus seguidores a voltarem na chapa fascista sobre o comando do COISO.

O mercado devido sua impossibilidade de programar uma agenda de um devido candidato com sua agenda de Consentimento, permissão, assentimento, reacionária de ultradireita; oferece algumas diretrizes contrárias ao programa de governo, que tenha suas diretrizes voltadas aos mais vulneráveis socialmente, alertando de que não irão aceitar um programa que visem o social, em detrimento do capital rentista neoliberal; blinda juridicamente um determinado candidato que esteja alinhado ideologicamente com seus ideais rentista.

Não capazes de dar respostas à ausência do Estado diante das necessidades básicas da nossa sociedade. E na qual se conjugam com suas reivindicações de implementação de políticas neoliberal como exigência e menor participação de política social, em seus programas de governos, em detrimento de uns poucos privilegiados deste sistema rentista.

Implantou-se no seio da sociedade e principalmente na classe média, o ódio ao petismo. Claro que há muita grana envolvida na criação de células de construção de ideologia, grana forte e internacional, para ‘MBL’, ’ Vem Pra Rua’ e outros grupos de mobilização popular patrocinado por grandes corporações financeiras rentistas. Mas, para, além disso, tudo – e por isso também – há uma proveniência óbvia dos magistrados e procuradores de uma classe média abastada e, tradicionalmente, conservadora e antipetista. Também há que se considerar a contaminação de anos e anos de ataques de uma mídia que nunca, de verdade, quis o PT.

Entretanto, com a crise do neoliberalismo, nos anos 90 e começo dos anos 2003, com a eleição do ex-presidente Lula e da Dilma (PT), foram dadas uma prioridade as organizações sociais com o intuito de amenizar o efeito nocivo às populações que se encontravam abaixo da linha da miséria. Foram capazes de dar respostas à ausência do Estado diante as necessidades básicas dos esquecidos pelo sistema neoliberal implantado com o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Também foram instalados programas de apoio ao livre debate do conjunto dos setores populares; com o acesso à saúde e a educação como um elemento fundamental para uma cidadania plena, o direito a vida que enriqueceram as lutas, consignas e as conquistas políticas e sociais.

Talvez se Dilma Rousseff tivesse continuado o seu mandato, o desastre econômico do atual governo golpista, tivesse uma menor turbulência no meio desta classe tão vulnerável aos transtornos, que vemos com o aumento do desemprego de quase trezes milhões de pessoas fora do campo do trabalho. A crise internacional também ajudou nesta ruptura por um programa de ultradireita, Ouve uma falta de maior engajamento dos movimentos sócios e, a própria militância petista tivesse se engajado com sua participação ativa em um movimento de apoio ao governo da Dilma; contrapondo aos movimentos de direita patrocinados por grandes organizações financeiras e industriais, ganhassem força revertendo à ruptura do campo progressista.

A nossa soberania nacional está em jogo, submetem (os golpistas) o País ao grande capital, até aos interesses de empresas públicas de outros países que vêm em busca de nossas riquezas nacionais. Nossa democracia tem sido agredida profundamente. Os governos do PT reduziram as diferenças entre as regiões, trouxeram melhores condições de vida e social. Provaram que poderiam desenvolver o País economicamente com distribuição de renda. Não é fazer o bolo crescer e distribuir depois, como queria na ditadura e hoje querem de novos. Queremos um Estado que funcione de acordo com o interesse público, que prevaleça sobre o privado.

Mostra o que é o Estado após o afastamento da Presidenta Dilma Rousseff, nas três dimensões (município, estados e União), os três poderes, para compreender situações que se formam como a do golpe de 2016 e levou à prisão a maior liderança do povo brasileiro, o ex-presidente Lula, que é inocente e foi condenado sem ter praticado nenhum crime, sem haver nenhuma prova contra ele. Que democracia é esta, com tanta renda concentrada? É preciso discutir a democracia como estratégia, não como tática. Criminaliza a política e a coloca como um submundo sujo. Política não é toma lá dá cá, esperteza; a política é da essência do ser humano, é conviver com as convergências e divergências de uma sociedade a procura de novos caminhos.

Contra tudo e contra todos, PT elegeu a maior bancada da Câmara para o próximo quadriênio. Com 56 deputados, por enquanto, que, juntamente com os demais parlamentares da esquerda, ajudarão o Brasil a derrotar o fascismo. É preciso continuar no combate destes usurpadores e, acreditar no trabalho para enfrentar os tempos sombrios que estamos vivendo. Onde o amor vai vencer o ódio.

Com a ida do candidato Fernando Haddad (PT) ao segundo turno das eleições presidenciais. É preciso unir forças e defender uma unidade das forças de esquerda e dos defensores da democracia para derrotar o opositor que carrega em si todas as marcas do retrocesso político, social e cultural. É preciso defender a constituição imediata com uma frente ampla, com todas as forças democráticas que repudiam o racismo, o machismo e a homofobia, de todos aqueles que não são favoráveis à tortura e ao genocídio de quem pensa diferente.

Portanto, já estão definidos os lados: Haddad e o capitão fascista. Sim falo de irracionalidade, é preciso buscar explicações dos analistas; porque o fascismo é a barbárie que se alimenta das sombras, que se multiplica como o mofo no canto escuro do lar é como ridicularizar, achincalhar com piada homofóbica, no estupro e na agressão de mulheres por familiares dentro de seus próprios lares. Foi assim com a escravidão – instituição que vive sólida nas estruturas inconscientes da população e com a ditadura militar – por sermos o único país da América Latina a não julgar nossos torturadores. O momento exige que mergulhemos no irracional, no dado escuro e inconfessável que nós lutamos tantos anos para recalcar.

Ninguém é proibido de gostar ou expressar sua admiração por alguém. Entretanto, é preciso ter um mínimo de civilidade para com o contrário. O que chama atenção foi tal afirmação de um candidato ao cargo de presidente dizer que lamenta o ocorrido, que pede ao pessoal que não pratique isso, mas que, todavia, simplesmente não tem controle sobre o que os seus apoiadores fazem amparados pelo seu próprio discurso, mais do que lavar as mãos com o sangue de inocentes, incentivo a continuação da chacina. O assassinato bárbaro de um ser humano com 12 facadas pelas costas, já demonstra o nível de psicopatia do cidadão que se propõe a ser presidente da República. Um assassino silencia a liberdade de expressão e o democrático debate político. Por declarar seu voto e seu apoio ao PT e a Haddad, o mestre Moa de Katendê foi barbaramente esfaqueado e morto.

Está também entre as preocupações de Haddad “unir as forças democráticas progressistas” do país em torno de seu projeto de governo. Ele afirmou que fará contato com lideranças de outros partidos políticos, como Paulo Câmara, recém-reeleito governador de Pernambuco pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), e Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, além de Guilherme Boulos (PSOL) e Ciro Gomes (PDT).

O petista disse estar disposto a conversar sobre adequações ao seu programa de governo, para que ele seja amplo o suficiente para conseguir consenso entre os partidos progressistas que optarem por apoiá-lo. “Tenho total tranquilidade em ajustar parâmetros do programa para que ele seja o mais representativo dessa ampla aliança democrática que nós pretendemos fazer para resgatar uma perspectiva de reafirmação dos direitos, reafirmação dos valores democráticos, que está no cerne do nosso projeto. Gostaria que esses temas mais afeitos a valores fossem discutidos publicamente, olho no olho. Não me furto a responder nenhuma pergunta sobre valores, desde que elas sejam feitas olhando no meu rosto”.

Mais uma vez a classe média é levada a agredir o nosso maior líder Lula. É preciso compreender o fenômeno Lula pela ótica de seus agressores para se entender o que está em jogo nesta eleição. Atribuindo ao PT e ao próprio Lula, mais uma vez o bode expiatório de uma elite reacionária. Com uma ignorância e de uma irresponsabilidade histórica com as classes menos privilegiadas deste país. Alguém acha que na Alemanha nazista adiantaria o campo progressista “esconder” os judeus para aplacar a sanha de Hitler? Assim é o fascismo no Brasil. Será difícil voltar atrás de tantas conquistas, sobretudo a mais importante: a conquista da consciência. Aquela que ninguém consegue aprisionar, nem iludir com ameaças e medos.

Esta consciência nos dá a coragem de manifestar o que pensamos e sentimos, mesmo caminhando sobre o fio de uma navalha cortante, muito bem afiada pelas decisões decepcionantes do Judiciário, as manipulações da mídia venal, as ameaças, os conchavos, as injúrias, a violência dos partidários obcecados, as fake news e o risco real de que Bolsonaro vença essas eleições. Outros ameaçaram cometer absurdos e cumpriram. Hitler cumpriu. Trump cumpre, enjaulando crianças imigrantes, sobre qual pretexto?

Não podemos ver o país de novo cometer um grave engano como aconteceu na primeira eleição direta após o Golpe Militar de 1964. Finalmente, o povo poderia ir às urnas e escolher um candidato. Fernando Collor havia conquistado a população brasileira com seu carisma e seus ideais de modernização e justiça, prometendo acabar com os ‘marajás’, funcionários públicos, judiciário e políticos com altos salários.

Assim, venceu as eleições que concorreu em oposição a Luiz Inácio Lula da Silva. Collor destacou-se com o discurso contra a corrupção, vulgarizando o termo marajá, ao qual dizia que iria combater no mandato presidencial, além de prometer governar para os descamisados, aqueles que viviam abaixo da linha da pobreza, assumindo a presidência do país em 15 de março de 1990.

Em discurso de posse Collor assumiu em 1991, e logo consegue conter a inflação e restabelecer a confiança dos investidores na economia. Um político dinâmico, jovem e inovador era como o povo o via, porém já em meados de 1992, a inflação novamente subia e os problemas sociais aumentavam. Foi em maio de 1992 que Pedro Collor, irmão do presidente fez denúncias de um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, tráfico de influência entre outros, faziam parte da vida de Collor e de seu braço direito, Paulo César Farias (PC – Farias).

O governo de Fernando Collor foi conturbado com crises na economia e denúncias de corrupção. Para depois se arrepender, como já aconteceu. Onde a grande mídia comprou sua ideia e, passaram a interferir diretamente a sua vitória para Presidente com uma ajuda principalmente da Rede Globo.

O desgaste da imagem da classe política favorece o discurso de combate à corrupção. Em 1989, Collor explorou nos horários eleitorais a promessa de “caçar marajás”. “Pode estar certo, meu amigo servidor, que eu não vou demitir ninguém que trabalha. Agora, marajá, corrupto e boa vida, esses vão para a rua”, dizia o então candidato, que depois de eleito sofreu impeachment, em 1992, acusado de integrar esquema de corrupção criado por seu tesoureiro de campanha Paulo César Farias.

Já neste ano de 2018, o que está sendo explorado novamente é a corrupção, com os efeitos da Lava Jato tendem a dar mais força a esse discurso na campanha do deputado federal Jair Bolsonaro filiado ao PSL. Nesta eleição para presidente em 2º turno o COISO têm o discurso afinado com as elites e mídia conservadora de direita têm o discurso: privatizar, “austerizar” o orçamento e combater a “corrupção”. A retomada do crescimento econômico prometida para após o golpe não veio, o desemprego aumentou o combate à corrupção não está sendo comprido, o PT conseguiu eleger a maior bancada na Câmara.

À direita e o centrão fará de tudo para vencer e culparão Lula e o PT por todos os males do Brasil. Claro que o povo pode ser enganado e manipulado, mas o povo não é bobo. Teremos uma eleição dura e desleal, mas as chances da chapa triplex Lula-Haddad-Manu são reais. Entretanto, será muito difícil fazer qualquer prognóstico sobre o que irá acontecer com o Brasil depois das eleições deste ano. A chapa Lula-Haddad-Manu está no segundo turno. Se esta chapa ganhar a eleição no segundo turno, o que é muito provável que ocorra, mesmo com a união de toda a direita e do centro, mais a pressão da grande mídia corporativa e as montanhas de dinheiro que gastarão para criminalizar a chapa triplex, confundir e intimidar o povo, não consigo antever qual será a reação dos reacionários.

É ter como objetivo o embate democrático entre o Fernando Haddad (PT) expondo seu projeto de governo e do Jair Bolsonaro (PSL) colocando suas propostas para sociedade escolherem qual será o vencedor na campanha do segundo turno, tento como princípio a defesa da democracia. E essa campanha se dará em um cenário onde o Brasil vive um processo de apodrecimento do estado de direito, que vem se dando com a conivência e cumplicidade de estruturas do Judiciário.

Mais uma vez nasce um salvador, um líder popular de extrema-direita no país que conquistou o apoio das igrejas evangélicas, do alto empresariado, do mercado financeiro, de parte relevante do judiciário e de setores da mídia. Só mesmo quem vive descolado da realidade ainda não percebeu que o capitão governará no limite da irresponsabilidade democrática e que não hesitará em lançar mão de um golpe militar com apoio das elites: ‘financeiras, industriais, instituições religiosas, o congresso, judiciário e as forças armadas, principalmente o exercito’. Está bastante claro que Haddad é a única opção possível para a democracia. Diante do quadro terrível que se avizinha, há quem ache razoável se manter neutro. A neutralidade virou o refúgio dos covardes. A história cobrará caro.

Todos sabem quem são os corruptos. Suas mentes foram corrompidas, e não apenas pela corrupção vulgar das propinas, mas por um bem pior, pela corrupção do bom senso, pela corrupção do sentido de fraternidade e tolerância, pela corrupção do sentido de liberdade, soberania e democracia. O seu ódio, no entanto, deriva da má consciência e da inveja de saber que a nossa resistência, mesmo que puramente cerebral, é a principal e última fortaleza ética do país.

O nosso herói continua preso condenado por querer igualdade, hoje é um indivíduo solitário, sem Estado, sem governo, sem mídia, e que, mesmo assim, continua lutando pelo que ele acredita ser o melhor para seu país. O lutador contra o golpe nunca se sentiu tão sozinho. Ele sabe que existem milhões como ele, mas são milhões de solitários, isolados uns dos outros. Mas essa solidão absoluta pode ser o casulo de onde sairão grandes pensamentos, grandes ideias, grandes projetos.

Como a última trincheira ainda não conquistada pelo golpe é a consciência dos brasileiros que seguem resistindo, mesmo que em silêncio, para não sucumbir a esta era de pós-verdade. Já passamos por outras crises, mas nunca por um surto fascista coletivo dessa natureza. É preciso que alguém fique na linha de frente dessa guerra. Só nos resta segurar esta sanha antipetista e de esquerda lutando com as armas que temos. A quantidade de arbítrios diários supera a capacidade de combater. Mais é preciso com paciência; vamos destruir um a um, com satanização e associação deste abismo social só ao PT.

Entrevista concedida ao Sul21: Flavio Koutzii: ‘Os limites da civilidade estão sendo desconstituídos. Eles se nutrem do mal’

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